Tatuiano foi vereador entre o fim dos anos 1950 e início dos anos 1960 e presidiu interinamente a Câmara; já à frente do Conservatório de Tatuí, pavimentou o caminho que consagrou o município como “Capital da Música”
(Arquivo: Prefeitura de Tatuí)
A Câmara de Tatuí lamenta o falecimento do maestro José Coelho de Almeida, carinhosamente conhecido como “Maestro Coelho”, ocorrido na última segunda-feira (5). O tatuiano foi músico e educador, tendo se tornado uma importante referência para diversas gerações.
O “Maestro Coelho” atuou como vereador em Tatuí por duas Legislaturas consecutivas, de 1956 a 1959 e de 1960 a 1963. Participou da Mesa Diretora da Câmara entre 1960 e 1963, como 1º secretário, tendo exercido a presidência da Câmara interinamente em 1961, no período em que o presidente (Olívio Junqueira) e o vice (José Tomaz Borges) estavam licenciados dos mandatos. Posteriormente, quando esteve à frente do Conservatório de Tatuí como diretor, entre 1968 e 1983, pavimentou o caminho que consagrou o município como “Capital da Música”.
Por meio da Portaria 09/2025, de 06 de maio de 2025, a Câmara de Tatuí decretou o luto oficial por três dias no âmbito do Poder Legislativo e nesse período as bandeiras permanecerão a meio mastro, em sinal de respeito à memória do “Maestro Coelho”. A Câmara de Tatuí se solidariza aos familiares e amigos do “Maestro Coelho”. Que Deus conforte a todos.
MAESTRO COELHO - José Coelho de Almeida nasceu em Tatuí aos 13 de janeiro de 1935. Casado com Nilda Fonseca Coelho de Almeida. Pai de Carlos, José, Benjamin e Luiz Fernando. Iniciou os estudos musicais em 1948, no Instituto “Barão do Suruí”. Em janeiro de 1951 ganhou a primeira flauta e iniciou os estudos no instrumento.
Com a inauguração do Conservatório de Tatuí, em 1954, ingressou na instituição e se formou em flauta, em 1957. Desde 1955 já era flautista da Orquestra da Associação Cultural “Pró-Música”, de Tatuí, e teve a oportunidade de reger a Banda Santa Cruz, considerada uma das mais antigas do país.
Foi vereador por duas Legislaturas consecutivas, de 1956 a 1959 e de 1960 a 1963. Participou da Mesa Diretora da Câmara entre 1960 e 1963, como 1º secretário, tendo exercido a presidência da Câmara interinamente em 1961, no período em que o presidente (Olívio Junqueira) e o vice (José Tomaz Borges) estavam licenciados dos mandatos.
Ainda no início da década de 1960, organizou uma banda de música para os filhos dos operários da indústria. Foi o pioneiro no Brasil na formação de prática coletiva de sopros e percussão, organizando, em 1962, a Corporação Musical São Jorge de Tatuí (de 1962 a 1967). Também idealizou, criou e dirigiu a Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí.
Em maio de 1968 assumiu a direção do Conservatório, tendo conseguido a cessão do prédio onde funcionava a Câmara e a Biblioteca Municipal, na rua São Bento, para a instituição. O fato foi consolidado em abril de 1969.
Permaneceu à frente do Conservatório até 1983. Com todo o trabalho realizado, foi durante a sua gestão, em 1976, que a instituição recebeu o título de “maior escola de música da América Latina”. Também em 1976 foi instituído o curso de Artes Cênicas no Conservatório.
De 1973 a 1978, foi assistente do maestro Eleazar de Carvalho, no Departamento de Prática de Orquestra do Centro de Cultura Musical. Foi professor de regência de banda nos Festivais de Inverno de Campos do Jordão, em 1979 e 1980, e coordenador pedagógico em 1981 e 1982.
De 1983 a 1987, prestou serviços de assessoria técnico-administrativa aos departamentos de Artes e Ciências Humanas e Museus e Arquivos da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Depois, até 1991, trabalhou no Departamento de Música do Instituto de Artes da Unicamp, onde também ministrou aulas de flauta, música de câmara e instrumentação.
Entre 1988 e 1994, ministrou aulas de flauta e prática de conjunto na Escola Britânica de São Paulo. Já entre 1991 e 1999, coordenou e implantou o plano de ação de atividades de lazer musical no Sesi/SP.
Voltou a Tatuí em 1991, para iniciar a prática coletiva de instrumentos musicais de sopros e percussão na Corporação Musical Santa Cruz.
Ao longo dos anos empreendeu diversos projetos de ensino coletivos nos setores público e privado, nos graus primário, médio e superior, trabalhando com crianças, jovens, adultos e idosos. Recebeu ainda diversas homenagens em reconhecimento aos serviços prestados nas áreas de Educação e Artes.